Comemorar para quê?
jul 26
Era uma quinta-feira como outra qualquer. Quase perdi a hora, de tão cansada que estava quando o despertador tocou às 07h15. Tão cansada, que enrolei até 08h15, o que me fez pular da cama na correria. Aliás, pulei o banho, o café da manhã, o arrumar a cama. Praticamente pulei direto para o caminho da terapia. E daí o dia foi como qualquer outro. Eu estava cansada, a semana tinha sido intensa. Não ruim, mas intensa. Dormi tarde e acordei cedo todos os dias, muito trabalho, tarefas domésticas, livraria, reuniões etc etc… Estava cansada, mas animada – o que é super possível, acredite. E pensei: hoje estou afim de tomar uma cerveja! Então, chamei uma amiga para tomar uma cerveja em casa. E daí chamamos outra amiga. E outra. E o namorado dessa, marido daquela, o amigo do amigo e… Bom, de repente, éramos quase 20 pessoas, dançando e abrindo espumante, no meu meu mini apartamento. E tá tudo bem! Foi ótimo descobrir que um mini estúdio como este que moro cabem quantas pessoas estiverem afim de fazer caber; e uma delícia rir, beber, dançar e se divertir. Mas uma coisa me chamou muito a atenção: cada um que era chamado para o evento perguntava qual era o motivo de se reunir. ‘É seu aniversário?’ ‘É alguma ocasião especial?’ ‘Mas hoje? Por quê?’ ‘Não entendi… O que estamos comemorando?’ Achei isso muito curioso! Por que não hoje? Não, não é meu aniversário. Estamos comemorando… a vida? Nós mesmos? A nossa amizade? A semana? O mês? Mas é claro que é uma ocasião especial: não deveriam ser todas? E foi neste ritmo que meus amigos saíram bêbados, felizes e cheios e boas energias para encarar a sexta-feira! Recebi várias mensagens agradecendo pela recepção deste encontrinho surpresa e inesperado e o quanto a noite tinha sido muito boa para todos. Então, pensei que não entendo essa necessidade de rotular os momentos de felicidade. Não podemos simplesmente nos reunir porque queremos? Então, se fosse meu aniversário estaria justificado o fato de que queríamos beber e comer e dançar em plena quinta-feira? É impressionante esta necessidade da validação social de motivos plausíveis para se fazer tudo. Qual o problema de querermos ser...
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